sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O LEITE DA TSÉ-TSÉ: E MAIS ALGUMAS EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS A UM CRIACIONISTA - parte 4

OS OLHOS E A INSISTÊNCIA DA CEGUEIRA CRIACIONISTA:


Acerca dos olhos de cefalópodes e vertebrados, seria interessante que o autor da infeliz complementação do post lesse a SCIAM – Edição Especial nº 49, fls. 56 a 61 “A fascinante evolução do olho”.

 

 

Para entender essa história temos de voltar 1 bilhão de anos atrás quando animais multicelulares simples se dividiram em radiolários e bilatéria.

 

 

Há 600 milhões de anos os bilatéria se dividiram em protostômia (grupo que no desenvolvimento embrionário a boca é formada primeiro que o ânus) e 

 

 

deuterostômia (grupo que no desenvolvimento embrionário a o ânus é formado antes da boca). Aqui estão os mamíferos.

 

 

 

Logo após essa separação, entre 540 e 490 milhões de anos ocorreu a explosão cambriana que lançou a base para a formação dos olhos como os conhecemos.


O olho composto é um órgão visual encontrado em certos artrópodes como insetos e crustáceos. Consiste em cerca de 12 a 1000 omatídeos. O omatídeo é um pequeno sensor que distingue a claridade da escuridão.




 

O olho tipo câmera se desenvolveu devido à pressões seletivas originadas com o tamanho das espécies, pois um olho tipo composto seria inviável, por ter de ser enorme para produzir uma visão em alta resolução.

 

 

 

Os fotorreceptores se dividem em:

Rabdométricos – detectam luz com fim específico para visão.

 

Ciliares – detecção de luz para fins não visuais como regular o ritmo circadiano (o período do dia).

 

 

Os moluscos cefalópodes têm olhos tipo câmera, como os vertebrados. No entanto seus fotorreceptores (rabdométricos) são idênticos àqueles encontrados em insetos.

 

 Nos vertebrados, os fotorreceptores são os ciliares, sendo eles os cones para a visão diurna e os bastonetes para visão noturna. Ainda os vertebrados pssuem os descendentes dos receptores rabdométricos que foram modificados formando os neurônios que enviam informações da retina para o cérebro.

 

Isso demonstra que cefalópodes e artrópodes estão mais próximos entre si (protostômia) que dos vertebrados (deuterostômia), embora ambos sejam bilatéria.

 

É dessa forma que a evolução funciona: pressiona uma estrutura existente para um novo propósito. Assim, a descoberta de que os fotorreceptores ciliares e rabdométricos desempenham papeis diferentes nos olhos dos vertebrados em comparação com os olhos dos invertebrados evidencia mais claramente que o olho teve um processo natural de formação.

 

 

Cicatrizes da Evolução - O olho dos vertebrados, longe de ser concebido de forma inteligente, contém inúmeros defeitos que atestam a sua origem evolutiva. 

 

Entre os defeitos que degradam a qualidade da imagem, estão uma retina invertida, que força a luz a atravessar corpos celulares e fibras nervosas antes de atingir os fotorreceptores  1 ; 

 

vasos sanguíneos que se espalham pela superfície interna da retina, provocando sombras indesejadas 2 ; 

 

fibras nervosas que se juntam, projetam-se numa abertura única na retina e viram o nervo óptico, criando um ponto cego 3 .

 

CONCLUSÃO:

 

Acerca da infeliz observação do autor:

 

 [Esse fato fala mais a favor do design inteligente (das digitais do Criador) ou da macroevolução cega? 

 

O máximo que podemos fazer é lamentar, pois nela se insere a PREGUIÇA em procurar as respostas para o que a natureza faz. Ao contrário, o autor insiste sempre nos mesmos erros. Repete as mesmas bobagens infinitamente, como se o repetir intensamente lhe conferisse alguma razão.

 

O criacionista é uma criação do fanatismo, da fé burra, da indolência, do preconceito, da mentira, da enganação, do engodo, dos interesses excusos de seitas fundamentalistas, da alienação da realidade, do medo e da mais pura ignorância, pois se recusa a entender aquilo que contraria a sua ideologia. Ao contrário, deseja destruir, para que todos, lançados na profunda ignorância de uma fé estúpida, pensem como ele.

 

O criacionista fala de democracia no ensino. Mas quando falamos de ensinar os "n" mitos de criação ele protesta, pois o seu é a verdade absolutíssima acima de tudo, uma vez que o seu deus é o melhor e o  verdadeiro e único (que evidências concretas eles têm disso???).

 

Lembrando que a escola ou a universidade não se tratam de plataformas políticas para protestar contra esta ou aquela ideologia ou apoiá-las. São templos do saber e contra o que se aprende e o que é confirmado pelas ciências naturais não adianta protestar. A natureza é o que é e ponto final.

 

O criacionista quer que suas mirabolâncias (sequer são teorias) se validem automaticamente assentadas em lacunas ou possíveis erros de determinadas teorias, o que podemos classificar como "ARGUMENTO DA IGNORÂNCIA". 

 

Como já, ad nauseam foi frisado, o processo evolutivo não é cego. Ele ocorre conforme o planeta ou o ambiente pressionam as espécies. A regra será ser extinto (as extinções em massa mostram isso claramente) e a exceção é evoluir.

 

Aleatório é o que acontecerá com o nosso mundo. Já o processo evolutivo é dirigido por estes acontecimentos. Um indivíduo não evolui. O que evolui é a espécie cujos genes serão selecionados de forma a adaptá-la às novas circusntâncias.

 

 A macroevolução existe? Sim existe. É confirmada? Sim é confirmada.


TRABALHOS CIETÍFICOS COMPROVANDO MACROEVOLUÇÃO POR MECANISMO DARWINIANO? Pois não:



- Gingerich, P. D. (1987). "Evolution and the fossil record: patterns, rates, and processes". Canadian Journal of Zoology 65 (5): 1053–1060.



- Rice, W.R.; Hostert (1993). "Laboratory experiments on speciation: what have we learned in 40 years". Evolution 47 (6): 1637–1653.



- Hedges, S. B. (1994) "Molecular evidence for the origin of birds." PNAS 91: 2621-2624.



- Hedges, S. B. and Poling, L. L. (1999) "A molecular phylogeny of reptiles." Science 283: 998-1001.



- Rieseberg LH, Willis JH (August 2007). "Plant Speciation". Science 317 (5840): 910–4.



- Reznick DN, Ricklefs RE (February 2009). "Darwin's bridge between microevolution and macroevolution". Nature 457 (7231): 837–42.


...sendo que o último é de 2009, bem recente!

 

 Resumindo, basta se dar ao trabalho de ler e pesquisar. Menos bíblia e mais educação formal.

 

Fazer jornalismo científico não é caçar reportagens aqui e ali sobre alguma coisa que alguém descobriu e supor que tal descberta contrarie alguma teoria e fazer um monte de considerações "nada a ver".

 

É se limitar  a traduzir a linguagem científica para a linguagem do leigo e assim traduzir o conhecimento para que a mídia o leve às massas.

 

Não é agir com desonestidade intelectual, mentindo e omitindo sobre fatos ou trazendo falsas ideias ao leigo. 

 

Tal postura é muito boa para o púlpuito de determinadas seitas fundamentalistas que precisam de provas contundentes para crer em seus deuses (homens de pouca fé!!!) e defender suas ideologias, sem se preocupar com a real mensagem deixada pelas histórias e livros mitico-religiosos.

 

É lamentável que essa excrescência religiosa, travestida de ciência, chamada criacionismo esteja ganhando terreno, ao menos em escolas confessionais, nas aulas de ciência. 

 

É deplorável que o MEC e o Ministério Público não tomem atitude diante desse desatino que se faz com as crianças e com os jovens, ainda despreparados para refutar toda a balela que esses criminosos trazem para a sala de aula.

 

Infelizmente, todo esse lixo foi importado dos EUA, com a chegada aqui no Brasil do protestantismo fundamentalista como aquele partrocinado por determinadas igrejas que interpretam literalmente a bíblia, sem sequer entender o que dizem suas entrelinhas.

 

Bem, creio que mais uma vez consegui desfazer o mal que criacionistas criam com o objetivo de obscurecer a ciência e transformá-la em uma palhaçada, sem falar que fazem o mesmo com a crença religiosa.

 

É uma constante nesse grupo de obscurantistas e criminosos fazer má ciência e má religião. Aliás, prestam grandes favores aos ateus, pois cada vez que "cai a ficha"  de alguém numa dessa igrejas, percebendo as mentiras e os engodos, o sujeito tem grande propensão a se tornar um ateu.

 

Continuem assim e o cristianismo será apenas "mais uma fase" do obscurantismo e do misticismo humanos, como foi a crença greco-romana e o politeísmo dos antigos habitantes da região do Crescente Fértil, do Egito e da Europa.

 

Ciência não se faz indo atrás do "criador demente", digo "inteligente"; ciência se faz arregaçando as mangas, estudando e trabalhando muito. 


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