quinta-feira, 11 de junho de 2009

YECs: para variar, no caminho errado


















O artigo abaixo me chamou muito a atenção, pois se refere a um efeito muito intereçãote relacionado à interações gravitacionais entre corpos que possuem efeitos de maré.
vejamos:

Por que a Terra está se afastando do Sol?

Sol distante

A distância entre o Sol e a Terra é conhecida como Unidade Astronômica, ou simplesmente UA, uma espécie de "quilômetro espacial", usada para expressar as enormes distâncias interplanetárias. Uma Unidade Astronômica mede 149.597.870,696 km.

A medição mais precisa feita até hoje dessa distância entre o Sol e a Terra foi concluída em 2004 pelos astrofísicos russos Gregoriy A. Krasinsky e Victor A. Brumberg. E, ao término de seu trabalho, eles fizeram uma descoberta surpreendente: a Terra está se afastando do Sol a uma velocidade de 15 centímetros por ano.

Resfriamento global no futuro

Quinze centímetros por ano não parece ser muito, talvez apenas o suficiente para permitir uma previsão de que a Terra terá problemas de resfriamento global em algumas centenas de milhões de anos. Mas é o suficiente para exigir uma explicação. Afinal de contas, o que está afastando a Terra do Sol?

A explicação que primeiro se ofereceu foi a de que o Sol está perdendo massa, via fusão nuclear e pela emissão dos ventos solares. Perdendo massa, ele perderia sua força gravitacional e permitiria que os planetas ao seu redor se afastassem.










Outras possibilidades levantadas incluíram alterações na constante gravitacional G, efeitos da expansão do Universo e até influências da matéria escura. Mas nenhuma delas passou pelo crivo da comunidade científica.


Marés solares

Agora, Takaho Miura e seus colegas da Universidade de Hirosaki, no Japão, elaboraram uma nova explicação para o afastamento da Terra em relação ao Sol. O artigo científico deverá ser publicado em breve no periódico Astronomy & Astrophysics, mas a proposta foi adiantada em uma reportagem da revista New Scientist.

Segundo os cientistas japoneses, o Sol e a Terra estão literalmente empurrando-se mutuamente devido à interação de suas marés.

O fenômeno é o mesmo que explica o afastamento da Lua em relação à Terra: as marés que a Lua levanta em nossos oceanos estão gradualmente transferindo energia rotacional para o movimento lunar. Como resultado, a cada ano a órbita lunar aumenta cerca de 4 centímetros, e a velocidade de rotação da Terra diminui em 0,000017 segundos.


O tempo de fato está passando mais lentamente

Dezessete milissegundos por ano é outro dado nada apocalíptico, mas o suficiente para projetar que, ao contrário do que o senso comum aponta, ao invés do tempo estar passando mais rápido, ele de fato passa cada dia mais lentamente - literalmente 0,000017 segundos por ano - e os dias terrestres tenderão a ficar maiores no futuro.

Da mesma forma, afirmam os cientistas, a massa da Terra está causando o levantamento de marés na superfície do Sol, o que explica uma diminuição na rotação do Sol em 0,00003 segundos (3 milissegundos) por ano. Ao perder momento angular, o Sol permite que a distância entre ele e a Terra aumente gradualmente.

Embora já tenha sido aceito para publicação, o que significa que os revisores verificaram que a proposta é cientificamente válida, será necessário que outros astrofísicos avaliem os métodos e cálculos dos pesquisadores japoneses antes que se possa considerar esta como sendo a explicação "oficial" para o já bem documentado afastamento entre o Sol e a Terra.















Todavia segie uma nota com um comentario que carrega um teor equivocado, induzindo à hipótese de uma "Terra jovem" como pregam os YECs (Young Earth Creationists - Criacionistas da Terra Jovem), o que vai na contramão de qualquer pesquisa científica até então realizada sobre a idade do Sistema Solar, bem como do Planeta Terra:



Nota: A causa os cientistas não conhecem com certeza, mas o afastamento parece ser fato. Então, perguntar não ofende: Se a Terra e o Sol têm bilhões de anos, eles não estariam próximos demais no passado distante? Essa proximidade permitiria o surgimento e a evolução da vida aqui? Parece que não querem lidar com essa questão...[MB]

Respondo e lido com a questão conforme segue abaixo:

Não, Terra e Sol não estariam tão próximos como sugerido na nota, pois a Terra, assim como outros planetas, esta se formou na órbita do Sol. Quanto aos satélites, estes se formaram na órbita dos planetas.

A Terra como os demais corpos celestes do Sistema Solar não se formaram dentro ou extremamente próximos ao Sol como sugere o raciocínio da nota.
Se isso tivesse ocorrido, poderia não haver Sistema Solar.

O afastamento registrado tende a acontecer com qualquer corpo celeste, por conta de forças gravitacionais ocasionadas por efeitos de rotação devido a marés, sejam elas de água, de plasma ou de atmosferas .

Há mais planetas na órbita solar como Venus, Jupiter, Saturno, Urano e Netuno, os quais possuem atmosferas violentas e podem estar também gerando efeitos de maré ao interagirem com o Sol e seus satélites.



Sobre a Terra, ela não é completamente fluida. Sua rotação transporta as protuberâncias um pouco mais à frente do ponto diretamente por baixo da Lua.

Isto significa que a força entre a Terra e a Lua não é exatamente na mesma linha entre os seus centros, produzindo um momento de torção na Terra e uma força de aceleração na Lua.


Isto causa uma transferência tipo-rede de energia rotacional da Terra para a Lua, diminuindo a rotação da Terra 1.5 milissegundos/século e aumentando a órbita da Lua para uma mais alta cerca de 3.8 centímetros por ano (o efeito oposto acontece aos satélites com órbitas invulgares tal como Phobos e Tritão).



À medida que o tempo passar, tal velocidade de afastamento entre a Terra e o Sol tenderá a ser menor.

Ou seja, nos primórdios do Sistema Solar, esta velocidade de afastamento era bem maior.


As marés altas não ocorrem exatamente no alinhamento entre os centros da Terra e da Lua. Os altos correspondentes às marés altas são levados um pouco mais para a frente pela rotação da Terra. Como resultado disso, a força de atração entre Terra e Lua não é exercida exatamente na direção da linha entre os seus centros.

Isso gera um binário sobre a Terra que contraria a sua rotação (e atrasa a rotação da Terra por cerca de 0,002 segundos por século) e uma força de atração sobre a Lua, puxando-a para a frente na sua órbita e elevando-a para uma órbita (afastando-se da Terra cerca de 3,8 cm por ano).

Ou seja, há uma transferência líquida de energia da Terra para a Lua. Eventualmente este efeito fará com que o alto da maré acabe por ficar exatamente alinhado com a linha Terra-Lua e a partir daí o efeito de travagem causado pelo binário acabará.

Mas nessa altura a Terra fará uma rotação exatamente no mesmo tempo em que a Lua faz uma rotação em volta da Terra. A Terra mostrará sempre a mesma face à Lua.

Como as marés originadas pela Terra na Lua são muito mais fortes, a rotação da Lua já foi travada de modo a ela nos mostrar sempre a mesma face, desaparecendo um binário que já terá existido. A mesma coisa aconteceu já à maioria dos satélites do sistema solar.

À medida que a distância Terra/ Sol tem aumentado, sua velocidade tem diminuído ou seja daqui há alguns bilhões de anos, certamente esta velocidade será maior que 15 cm/ ano.

Cálculos demonstram que quando se formou, a Lua estava quinze vezes mais perto do nosso planeta e sua gravidade exercia uma grande influência na Terra. O dia terrestre era de cerca de 6 horas (Documentário - "Influência Lunar" - Net - Geo).

A teoria mais aceita para a que a Lua tenha se formado se refere à colisão de um planeta de nome Theia, mais ou menos do tamanho de Marte, tenha se formado próximo à órbita da Terra. Aqui temos outras teorias.

Tal teoria (Teoria do "Big Splash") é fundada em um modelo computacional baseado na teoria de formação do Sistema Solar.

Segundo esta teoria, Theia colidiu com a Terra primitiva, a uma velocidade de 40 mil Km por hora e seu núcleo foi absorvido pelo nosso planeta.

O impacto entre Theia e a Terra desencadeou o movimento de rotação de nosso planeta e a formação da lua a partir dos escombros restantes desta colisão.

Para maiores detalhes, veja aqui (Theia) e aqui (Big Splash).

A medida em que a Lua foi se afastando da Terra, ela redesenhou nosso planeta criando as estações, o dia com 24 horas, as marés e provavelmente influenciou na evolução da vida.

Sem a Lua, os dias na Terra seriam mais curtos – estima-se algo em torno de 18 horas – pois as forças de maré reduzem a rotação do planeta, alongando o dia.

É fácil de entender: tais forças agem igualmente nas partes sólidas e fluídas do planeta, mas sua ação nos líquidos é mais evidente.

Assim, ao "puxar" os oceanos friccionando-os contra a crosta sólida, duas vezes por dia e por bilhões de anos, pouco a pouco diminuiu a velocidade de rotação da Terra – aumentando a duração do dia. Para maiior compreensão, consulte "A Terra sem Lua" aqui.



Conforme cita o artigo a causa pode ser a perda de massa solar, aliada à diminuição da força gravitacional pela distância, embora este último efeito, em relação à transferência de energia rotacional, seja pouco influente, pois esta força de campo é dada por:









F = G Mm / (R^2)


Onde:


F é a força de atração entre os corpos;

G é a constante gravitacional;


M é a massa do Sol;


m é a massa da Terra;


R é a distância entre ambos os corpos.


Ao passo que tal distância pouco influiria na atração gravitacional entre Sol e Terra.

Há que se considerar que os efeitos de maré, que fornecem energia de rotação, entre Terra e Sol tiveram início a partir do momento que o planeta passou a ter água em sua superfície (bem mais moldável que a terra), há uns 4 bilhões de anos.

O efeito de maré é também visível em satélites de Jupiter como Europa. Tal efeito provoca a movimentação da crosta destes satélites o que culmina em forte atividade geotérmica.

Assim, pode-se considerar que esta velocidade de alargamento da órbita terrestre partiu do zero ou de valores inferiores àqueles resultantes de interação entre as marés tereestre e solar e gradativamente aumentou à medida que mais energia de rotação foi fornecida ao planeta já formado.

É possível que o planeta Terra recém formado estivese em uma órbita eliptica constante ou com uma velocidade de afastamento bem menor que aquela após a formação de seus mares, sendo que gradativamente esta velocidade de afastamento aumentou com a energia rotacional fornecida à Terra.


O mesmo ocorre com a Lua no que se refere ao afastamento entre ela e a Terra. Daqui há alguns bilhões de anos não mais teremos Lua o que pode colapsar a vida no planeta.

Mas, isso demoraria 50 bilhões de anos e, até lá o nosso Sol já terá se consumido e nosso planeta será uma pedra gelada perdida no universo.



Dessa forma, o raciocínio conforme segue na nota, está completamente equivocado e, portanto, não haveria qualquer entrave relacionado ao surgimento da vida no planeta há cerca de 3,8 bilhões de anos e, tão pouco, tal fato afetaria a evolução das espécies neste mesmo período.

Assim, no que concerne a considerar as
velocidades de afastamento entre Terra e Sol ou Terra e Lua, tais fatos em nada corroboram a idéia de uma Terra jovem ou de uma origem da vida em tempos recentes, que não aquele de acordo com o registro fóssil.

Há que se considerar também que o Sol, ao tempo das origens da vida, apresentava-se com sua atividade nuclear menos intensa do que atualmente, uma vez que desde a sua formação, a energia emanada do Sol aumentou cerca de 40% (aqui), ou seja, ele era mais frio há cerca de uns 3,5 bilhões de anos.

Consderemos também que a Terra, de acordo com os escassos registros em rochas, apresentava uma atmosfera rica em gases estufa como metano, gás carbônico e vapor de água, além de outros gases expelidos por vulcões.

Também há indícios de ter havido pressões extremas, o que mesmo sob condições de altas temperaturas, poderia manter a água em estado líquido e possibilitar o surgimento da vida como seres atualmente denominados de extremófilos.

É sabido que toda e qualquer forma que possa retirar energia do meio, desdenvolver-se e se reproduzir é denominada vida e, assim sendo, possui um metabolismo que nos primórdios da vida pode ter sido um metabolismo quimiossintetisante, tal como ocorre com bactérias extremófilas nas fossas marinhas, que vivem sob alta pressão, escuridão total e retiram energia dos gases, minerais e do calor emanado pelas fontes geotermais.

Ou seja, a nota apenas planta uma dúvida que não faz qualquer sentido, se considerada do ponto de vista lógico-científico.

Tal postura é dar as costas para todo o trabalho que até então foi realizado para que possamos entender como funciona este mundo e por que as coisas são como são valendo-nos do raciocínio científico (a via mais difícil para a compreensão, devido aos limites da ciência), sem recorrermos ao sobrenatural (o atalho que não leva a lugar algum, exceto à cegueira e à ignorância).

Trata-se de mais uma tentativa de justificar crenças pessoais, a fim de dar suporte ao relato de Gênesis e a fantasia criacionista cujo intuito é o de justificar a existência do deusinho super-poderoso.


Resumindo o pensamento criacionista e sua má fé:

Eis as conclusões (bíblia).


Bem, quais são os fatos a fim de que possamos respaldá-las?



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