quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Posturas hilárias











As vezes chega a ser hilária a posição que os centros religiosos tomam contra tudo aquilo que atenta contra a base de suas crenças.

Dessa vez alegam ser o ateísmo uma postura anti-cultural (anti-cultural... seria realmente o ateísmo anti-cultural?).

Vejamos o texto abaixo:

Você já percebeu que o ateísmo é anti-cultural? Um dia desses, alguns amigos e eu estávamos esperando a hora passar em um shopping e fomos para o nosso lugar preferido: uma livraria.

Andando de um lado para o outro, um colega achou o livro de um autor que tenta desafiar a religião dizendo que Deus não existe.
O mais interessante foi notar em que parte estava aquele livro. Ele não estava em uma seção ateísta porque não existe esse tipo de divisão na livraria. Estava numa seção chamada “diversos”.

O livro deveria estar catalogado em uma estante errada, pois deveria estar nos assuntos sobre religião, uma vez que ateísmo nega a crença religiosa. No máximo deveria estar em filosofia, caso se referisse à filosofia do ateísmo.

Percebemos que o ateísmo é anti-social. Analise os mais diferentes tipos de sociedades, tanto modernas quanto antigas, e mostre-me uma que não tenha algum tipo de divindade. Toda civilização tem seus deuses, mitologia, divindades, crenças ou, no mínimo, como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, um Deus.

Você não encontrará uma civilização sequer que seja ateísta, no coração do povo. Até já tentaram, mas ficou comprovado que não dá certo.

O governo pode até se declarar ateu, o povão pode ficar calado, mas nas raízes culturais está o fator religião correndo nas veias das pessoas.

É certo que todos os povos possuem suas crenças religiosas, uma vez que isso faz parte do ser humano como forma simplória de explicar os fenômenos naturais. Todavia crer em deuses não significa que eles existam realmente.

O fato do ateísmo negar a religião não é uma conseqüência de ser uma prática anti-social. Vejamos por que:

Negar uma crença religiosa, significa negar suas divindades, seus dogmas, bem como a ilusão por elas trazidas de que o indivíduo a ela pertencente se faz especial frente àqueles que pretencem a um credo distinto ou a nenhum deles.

Senão, vejamos o que diz o próprio cristianismo em sua versão deturpada pelo catolicismo e mais ainda pelo protestantismo:

Aquele que não acetar Jesus como o salvador passará pelo julgamento de Deus, uma vez que não possui a graça. Existiria postura mais anti-social e segregacionista que esta?

Vejamos o Judaísmo antigo: Aquele que se imiscui com outros povos de outros credos é expulso do seio da sociedade. Seria esta a vontade de Deus?

Vejamos o Islã em sua visão deturpada: O ocidente e sua cultura devem ser destruídos pois são contrários aos ensinamentos do profeta. Seria essa a sociabilidade e tolerância pregada pelas crenças religiosas?


Comunistas tentaram enfiar o ateísmo goela abaixo do povo, uma vez que a igreja, à época em que o czarismo sucumbiu, era aliada da nobreza.

Portanto, representava um perigo constante ao novo regime, uma vez que, como todos sabem, a igreja possui um forte poder de persuasão, o que poderia levar a uma contra-revolução comunista e o novo regime se esfacelar.

Desse modo, percebe-se que o raciocínio desenvolvido pelo texto se trata de uma falácia non sectur.


Isso porque o que nos mantêm vivos é realmente o Todo Poderoso e não há como escapar disso. Então, em qualquer sociedade que um ateu estiver presente, nesse fator cultural, ele não estará identificado com a própria civilização que o cerca, porque a característica “ateu” não representa grupo social algum. É nesse sentido da palavra que digo que o ateísmo é “anti-social”.

Opa!!!! Chegamos no objetivo da coisa: o proselitismo cristão começou... Quem seria o todo poderoso? Seria Jupiter, Odin, Olorum ou Amaterassu?

Mais uma vez segue a falácia non sectur ao mencionar que o indivíduo por ser ateu não se identifica com a sociedade.

Os ateus não se identificam com as crenças religiosas que a sociedade possui, apenas isso; é uma opção de escolha do indivíduo.

Há ateus que possuem muito mais caráter que determinados religiosos que andam por ai. Basta consultarmos a mídia.

Mas os ateístas são desafiados por alguns livros como Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, de Norman Geisler, Surpreendido Pela Alegria, de C.S. Lewis, Ele Andou Entre Nós, de Josh McDowel, Um Ateu Garante – Deus Existe, de Antony Flew, e vários outros, de ex-ateus convictos que terminaram optando por uma alternativa mais inteligente.

Se quiser discutir comigo, primeiro leia esses livros, porque o ser humano, por natureza, é religioso. As livrarias estão cheias de livros sobre religião, Deus, espiritualidade. Se você procurar a seção “ateísmo” numa livraria, corre o risco de ficar decepcionado. Poderá encontrar um ou outro exemplar que tenha a audácia de negar a Deus, mas sempre estará sendo do contra, sem nexo, nem identificação popular.

Sr. Valdeci, procure livros sobre ateísmo nas estantes referentes à religião ou filosofia (geralmente quando quero estes temas e aqui que os encontro). Não há uma seção sobre ateísmo como não há sobre catolicismo ou protestantismo ou wicca.

Estes livros costumam ser encontrados na seção religiões como aqueles sobre resistência dos materiais e mecânica dos fluidos se encontram na seção de engenharia ou de física.

Quanto as leituras indicadas, não perderei meu tempo com elas, pois a "alternativa inteligente" deveria ser denominada "opção cristã", ou seja, certamente, tais leituras possuem cunho tendencioso à opção referente ao cristianismo protestante.

Quanto ao conteúdo de livros ateus, geralmente, colocam a religião e seus dogmas à discussão aberta (e ainda acusam o ateísmo de anti-cultural...), o que não é feito em relação a nenhum livro acima citado, cujo conteúdo somente traz os prós do cristianismo, sem discuti-lo de forma aberta e racional.

Mais um recado: não seja presunçoso de achar que porque leu alguns livrinhos tendenciosos os demais não possuem gabarito para enfrentá-lo numa discussão sobre o tema religião.


Essas tentativas de não reconhecer a Deus são antigas. E elas contribuem para divulgar o nome de Deus. Se ficassem calados, contribuiriam menos para a teologia. Mas isso sempre existiu.

Os babilônios não aceitavam a existência e a liderança do Deus verdadeiro. Os escritores antigos sabiam muito bem disso. Lembra o que Davi já tinha escrito no Salmo 14? “Diz o tolo em seu coração: Deus não existe.” Daí eu pergunto: Por quê? E o salmista responde: É porque “corromperam-se e cometeram atos detestáveis” (verso 1). Aí está o perigo. Perceba que não é porque abandonaram, mas porque corromperam.



A teologia realmente é um estudo inútil, pois é uma visão do homem a respeito dos humores de supostos deuses. Teologia, na acepção da palavra, é o estudo a respeito de Deus pela sua revelação, por meio da bíblia.

Platão foi quem primeiramente se valeu deste nome no diálogo A República, para referir-se à compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria da poesia , tal como era conduzida pelos conterrâneos.

Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
  • teologia como o ramo fundamental da ciência filosófica, também chamada filosofia primeira ou ciência dos primeiros princípios, mais tarde chamada de metafísica por seus seguidores.
  • teologia como denominação do pensamento mitológico imediadamente anterior à Filosofia, com uma conotação pejorativa, e sobretudo utilizado para referir-se aos pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).

Santo Agostinho tomou o conceito "teologia natural" da obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a teologia sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, considerada superior. A teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus.

Teodicéia, termo empregado atualmente como sinônimo de teologia natural, foi criado no século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas obras (chamada "Ensaio de Teodicéia. Sobre a bondade de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora Leibniz utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência do mal e justificar a bondade de Deus.

Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Estes dados são organizados no que se conhece como Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática.

A Teologia é fortemente influenciada pelas mais diversas religiões, e portanto existe a Teologia-Budista, a Teologia-Islâmica, a Teologia-Católica, a Teologia-Mórmon, a Teologia-Evangélica ou Pentescostal, a Teologia-Hindú... e outras.

Quanto aos babilônios, estes não eram ateus, possuiam seus próprios deuses e sua própria crença assim como os possuiam os hebreus.

Por que deveriam reconhecer YHWH em detrimento de seus deuses? O que atesta se não os escritos hebraicos ser YHWH o deus verdadeiro?



Lembremos que os babilônios também possuíam seus escritos e façanhas de seus deuses, assim como os hebreus.


Quanto ao salmo Sr. Valdeci, sua interpretação é equivocada. Davi não se referia a ateus, mas a povos contemporâneos que professavam outras crenças. Não possuíam o Deus de Israel, mas possuíam seus próprios deuses.





Quanto a corromper, Davi se refere aos rituais realizados aos deuses, que algumas vezes atentavam contra a moral hebraica.

Tomemos por exemplo Baal: Este personagem teve a sua origem muito anteriormente como o principe do mundo epiteto que lhe garantia uma superioridade em relação aos outros componentes da divindade desta época. Este deus era conhecido também por Enki - O Senhor da Terra.

Na Bíblia se faz referência a Baal que poderia ser um epiteto de Hadad ou Adad que era uma divindade cananéia e suméria. Um deus da fertilidade.

Este deus Adad dos sumérios viria a ser o deus Sin dos acadios mais tarde, pai da bíblica Astarte (filisteus) e do seu irmão Camos ou Camoesh. Ambos também fizeram parte da mitologia Suméria e Acaádia, como Ishtar e Shamash.

Quanto ao relato bíblico, em Canaã, de regresso, os hebreus encontraram deuses estrangeiros. Em particular, viram no deus Baal uma ameaça especial. No livro dos Juízes (da Bíblia Hebraica), o hebreu Gedeão destrói os altares de Baal e a árvore sagrada pertencente aos midianitas.

Mais tarde, Elias, (sec. IX a.C.) condenou o rei Acabe por adorar Baal.

Realmente, oa que parece anti-cultural seria a crença em YHWH ou o ateísmo? Jamais vi movimentos ateus saírem por ai destruíndo templos, chutando imagens de santos, queimando igrejas ou mesmo pessoas.

Aliás os ateus pregam o livre pensamento o que não é uma atitude bem quista pelas religiões, mesmo hoje em dia.

Basta vermos o texto aqui citado, bem como a cruzada que protestantes fazem contra crenças que são contrárias ao seu mundo do dever ser.

Exemplos que vemos ainda hoje, é a existência do Index da igreja Católica, bem como da cruzada anti teoria da evolução patrocinada pelos protestantes fundamentalistas. Isto sim seriam posturas anti-culturais e contrárias ao livre pensamento.





O povo de Israel estava correndo o risco de ir para o mesmo buraco, não porque estivessem envolvidos completamente na apostasia, mas porque tentavam ser crentes e mundanos ao mesmo tempo.

O problema de tentar equilibrar é um perigo, pois o equilíbrio e o sincretismo correm na mesma avenida, apenas em direções opostas.
Com tudo isso, aprendemos esta grande lição: devemos ser 100% de Jesus.

(Valdeci Junior, conselheiro na Escola Bíblica da Rede Novo Tempo de Comunicação)

O povo de Israel corria perigo de assimilar elementos estranhos à sua cultura e, se isso tivesse ocorrido, o judaísmo morreria como morreram muitas crenças antigas do Oriente Médio e Norte da África (assimiladas pelo cristianismo e pelo islamismo) e da Europa (assimiladas pelo cristianismo).

Sincretismo Sr. Valdeci ocorre com todas as culturas quando se encontram com culturas distintas. Assim se deu com o judaísmo (possui muitos elementos babilônicos, persas e egípcios), com o cristianismo (que possui elementos judaicos, greco-romanos e bárbaros, acrescido depois com elementos das culturas africana e ameríndia).

A própria idéia de Jesus como méssias tem origem em Saoshyant que significa aquele que trará o benefício. Algumas passagens do Gathas, os hinos atribuíd
os a Zaratustra, o fundador do Zoroastrismo), que constituem a parte mais antiga do Avesta, sugerem que este acreditava no fim do mundo e que considerava ter recebido de Ahura Mazda (o deus supremo) a missão de convocar a humanidade para a batalha final contra o mal.

Contudo, Zaratustra terá tido consciência de que não veria esse fim durante a sua vida, pelo que ensinou que no futuro um homem viria para salvar o mundo.
Qualquer semelhança com as histórias de messias e juízo final seriam meras coincidências?
Lembremos que com a vitória dos assírios sobre o reino de Israel em 740 a.C., os israelitas foram enviados ao exílio em lugares na Assíria e “nas cidades dos medos”, algumas delas sendo então vassalos da Assíria .

Certamente que contatos com culturas diversas numa época difícil, faz com que povos assimilem os costumes, bem como as crenças religiosas, principalmente se elas trazem uma mensagem de júbilo em seu bojo, como era o conceito de messias e juízo final, quando todos os opressores serão vencidos por Deus.

Quanto ao Cativeiro da Babilônia, a primeira deportação teve início em 598 a. C. . Jerusalém é sítiada e Joaquim, Rei de Judá, rende-se voluntariamente. O Templo de Jerusalém é parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais militares e artífices, inclusive o Rei, são levados para o Exílio em Babilónia.

Zedequias
, tio do Rei Jeoaquim, é nomeado por Nabucodonosor II como rei vassalo. Precisamente 11 anos depois, em resultado de nova revolta no Reino de Judá, ocorre a segunda deportação em 587 a.C. e a consequente destruição de Jerusalém e seu Templo.

O Cativeiro colocou hebreus em contato com a cultura babilônica, de onde assimilaram-se várias lendas e crenças desta (dilúvio, paraíso, demônios, etc.).

Os hebreus já tinham tido contato com as crenças e a cultura egípcias, de onde assimilaram boa parte dos 10 Mandamentos bem como do Levítico.
Basta checarmos o Livro dos Mortos do Antigo Egito (Papiro de Any), que verificaremos muitas das prestações negativas e positivas dos 10 Mandamentos e do Levítico.

Assim, Sr. Valdeci, a crença que professa possui, em sua raiz, diversos sincretismos, o que demonstra ser a sua afirmativa sobre equilíbrio e sincretismo conduzirem a um buraco uma falta de entendimento a respeito da essência do tronco judaico-cristão-islâmico.

Tomando por base o seu raciocínio, o cristianismo, em sua raiz, já se encontra no buraco e, mais tarde, foi para um buraco negro, de onde não mais teria saída.


O protestantismo não fez resgate algum do cristianismo professado por Jesus, uma vez que este não possuia os elementos da lógica grega, adaptada por Paulo de Tarso, de modo a justificar o cristianismo como uma verdade e tão pouco elementos do direito romano, o que ainda é marcante na teologia cristã.


De Israel o cristianismo toma o teísmo. De Israel toma o cristianismo, também, o conceito de uma revelação e assistência especial de Deus. Daí a idéia de uma história, que é desenvolvimento providencial da humanidade, idéia peculiar ao cristianismo e desconhecida pelo mundo antigo. Na revelação cristã é filosoficamente fundamental, básico, o conceito de uma queda original do homem no começo da sua história, e também o conceito de um Messias, um reparador, um redentor. Conceitos indispensáveis para explicar o problema do mal, racionalmente premente e racionalmente insolúvel.

Quanto ao pensamento grego, deve-se dizer que entrará no cristianismo como sistematizador das verdades reveladas, e como justificador dos pressupostos metafísicos do cristianismo; não, porém, como elemento constitutivo, essencial e característico, porquanto este é hebraico e cristão.






Quanto ao direito romano, deve-se dizer que entrará no cristianismo como sistematizador do novo organismo social, a Igreja, e não como constitutivo de seus elementos essenciais e característicos, que são próprios e originais do cristianismo.




Aqui encontra-se uma boa explicação a respeito da filosofia cristã. Desse modo, Sr. Valdeci, ser 100% Jesus é difícil, uma vez que ainda não se tem conhecimento de qual foi realmente a verdadeira mensagem de Jesus, pois ele nada escreveu. O que se sabe é o que os outros disseram por ele.

O sr. deveria ler um pouco mais a respeito de filosofia e história das religiões antes cometer atropelos históricos, filosóficos e teológicos.

Recomendo também que preste mais atenção nas prateleiras das livrarias quando for proocurar determinados temas.



Dessa forma, todo o raciocínio abordado pelo Sr. Valdeci é equivocado, bem como falacioso e carente de elementos históricos e filosóficvos que embasem o seu conteúdo, além de fortemente tendencioso. Assim, não deve ser levado em consideração, no que se refere a justificar uma determinada postura, seja contra ateus, seja contra outros grupos cuja crença assuma padrões diferenciados daquela que o articulista professa.




2 comentários:

G. Kamitsuji disse...

nossa, me mostra onde achou esse maravilhoso texto
e que Deus te abençoe
ahauhuauhahuhuahuahua

Elyson Scafati disse...

aqui é a fonte das abobrinhas


http://www.criacionista.blogspot.com/