domingo, 14 de setembro de 2008

DESRESPEITO A DIREITOS E AS MALUQUICES RELIGIOSAS




















Espanta-me este debate continuar de forma a quererem introduzir a crença religiosa disfarçada como aulas de ciências ou visões alternativas de origem do mundo ou das espécies. Desta vez o besteiror tem origem britânica e .... para variar, parte de um cristão, pertencente ao ramo anglicano. Vejamos o que diz a reportagem (texto em preto meus comentários em vermelho):

Cientista propõe ensino do criacionismo em escolas


A proposta de um diretor da Royal Society, prestigiada instituição científica britânica à qual um dia pertenceu Charles Darwin, de incluir o criacionismo nas aulas de ciências nas escolas britânicas foi fortemente criticada por colegas.

Por parte de seus colegas a atitude é sensata e correta. Aliás resta-me uma dúvida: qual marca de criacionismo nosso "cientista" pretenderia instituir como aula de ciência?

Deduzo que pela sua formação religiosa, seria o criacionismo pautado na bíblia, o que certamente viria a violar direitos de budistas, indianos, wiccas e, mesmo de muçulmanos ou judeus, entre outras religiões que existem no Reino Unido.

Há que se saber que pela atitude corriquira assumida por cristãos o objetivo de todo esse empenho se trata de mero proselitismo religioso e sustentação de uma crença como sendo algop lógico, o que não faz o menor sentido.




Em uma intervenção no Festival da Ciência, celebrado em Liverpool, o diretor de educação da Royal Society, Michael Reiss, defendeu ser contraproducente banir das aulas todas as teorias alternativas para a origem a vida e do universo, só porque não têm base científica. Reiss, que, além de biólogo, é sacerdote da Igreja Anglicana, afirmou que com essa exclusão somente se consegue que muitas crianças, vindas de famílias religiosas, se distanciem da ciência.

O Sr. Reiss se esquece que teorias alternativas devem apresentar ao menos evidências de modo a poderem ser consideradas como teorias; erro crasso para uma pessoa ligada às ciências. No máximo criacionismo é uma mera hipótese não fundada em ciência mas em teologia.

É interessante a conclusão do Sr. Reiss, no que se refere à exclusão de supostas "teorias alternativas" afastarem crianças oriundas de famílias religiosas da ciência. Aqui pode-se perceber como é forte o fundamento ideológico de uma crença religiosa.

Provavelmente não são as crianças que se afastam das ciências, mas seus pais que fazem isso por elas. Ao existir algo que faça as crianças pensarem de forma crítica em relação à ideologia religiosa abraçada por seus pais, essa forma de pensamento deve ser banida, suprimida e destruída, postura bem típica das religiões fundamentalistas.

Isso também é alimentado por sacerdotes, uma vez que crianças são fiéis em potencial o que representa mais fundos para a igreja e a conseqüente manutenção de privilégios de seus "guias espirituais".

Basta lembrarmos de algo simples ocorrido na história: a revolução monoteísta de Akenaton. Simplesmente, com sua morte o sacerdote Ai tornou-se regente de Tut Ank Amon e mais tarde se tornou faraó.

Apagou os registros tanto de Akenaton como de Tut e restaurou a antiga ordem politeísta, mantendo o privilégio da classe sacerdotal.

Resta-mo noentanto uma pergunta: caso o criacionismo ensinado fosse aquele com base na crença hindu ou budista, será que nossas "crianças religiosas" também não se distanciariam do ensino pseudocientífico oopppsss!!! científico alternativo?

Reiss explicou que ele mesmo havia explicado o evolucionismo nas aulas até que compreendeu que "simplesmente esmagar" os alunos com a teoria da evolução não funcionava, em alguns casos. "Me contentaria, agora, simplesmente se as crianças vissem o evolucionismo como uma forma a mais de compreender o universo", disse.

Teoria da evolução não esmaga ninguém, uma vez que tudo dentro dela é passível de contestação e de desenvolvimento de novas teorias, desde que haja evidências que as favoreçam.

E quanto a implantar um criacionismo em moldes cristãos??? Isso não seria esmagar a crença e a fé de outras pessoas?


Ou mesmo querer esmagar o conhecimento científico e deixá-lo aos desígnios da igreja decidir o que deve e o que não deve ser ensinado?

A atitude do Sr. Reiss, além de insensata, é desrespeitosa com alunos pertencentes a outros credos, bem como com a qualidade do ensino ministrado pelas escolas britâ
nicas.


As palavras de Reiss tiveram uma resposta imediata por parte dos membros da comunidade científica. "O criacionismo se baseia na fé e não tem nada a ver com a ciência [e o darwinismo, que se baseia, em última instância, o naturalismo filosófico?], por isso não tem espaço nas aulas de ciência", disse Lewis Wolpert, biólogo da University College, de Londres.


Sim criacionismo tem sua base na fé e, reralmente nada tem a ver com ciências.

Primeiro porque é explicado por meio de seres divinos; segundo , porque não possui qualquer evidência plausível que o apóie e que o respalde como teoria científica e, terceiro, porque encerra valores religiosos, o que viola direitos de pessoas que não professam o mesmo credo da doutrina ensinada.




O naturalismo filosófico zetético é a linguagem da ciência, não o dogmatismo religioso onde se chega ao ponto estanque (os deuses, espíritos, gênios, entre outros seres míticos).

Por sua parte, John Fry, físico da Universidade de Liverpool, afirmou que as aulas de ciências "não são o lugar apropriado para discutir o criacionismo, que é uma teoria que se opõe a qualquer demonstração científica." [Isso é um absurdo!]

John Fry está coberto de razão. Seria um absurdo levar o criacionismo para as salas de aula. Realmente, as marolas metafísicas criacionistas, por mais que a ciência confirme fatos colhidos na natureza (sim fatos, pois se não o fossem não se confirmariam a fim de respaldar a formação de qualquer teoria), existe forte oposição por parte de religiosos que, a todo custo, querem manter intacta sua ideologia.

Será que algum religioso já pensou em questionar todas as abordagens irracionais existentes em livros sagrados ou histórias passadas de geração a geração? Será que já tiveram a curiosidade em analisar de forma crítica todas as abordagens míticas que dão azo a todo esse debate religião X ciência? Será que já pensaram em analisar criticamente o conceito de deus e todo o dogmatismo que se encerra nessa questão?

A resposta é clara: NÃO, POIS DEUS NÃO SE CONTESTA, TEM DE SER ACEITO E PONTO!!!!

Assim, o que há de científico no criacionismo?

Resposta: simplesmente nada.


Logo, o absurdo se encontra e entender como absurdo não permitir que a crença e o arcabouço ideológico de uma religião se imiscua nas ciências, contaminando-as com mitos e censurando o avanço do conhecimento.

Certamente isso culminaria na percepção de que livros antigos não se tratam de compêndios científicos, mas de mera alegoria para se explicar o que á época de suas confecções não se possuia a mínima idéia.





As histórias religiosas, ao longo da evolução do conhecimento humano, foram úteis á época de sua criação como forma de explicar o mundo, mas hoje, não podem ser entendidis como verdades absolutas, mas apenas como histórias e contos do passado.


De acordo com as diretrizes de educação fixadas pelo governo, o criacionismo não deve ser discutido em aulas de ciência, mas de religião. [O problema é que nem lá ele é.]

Exatamente, cada qual em sua crença e cada qual com seu criacionismo. Caso não seja discutido nem nas crenças religiosas, há que se pensar.

Creio que alguns religiosos possuem sensatez suficiente para deixar essas marolas de lado e se aterem à formação do indivíduo para a vida em sociedade, a qual seria uma forma útil da religião ser ensinada.

É interessante que a religião deixe a ciência para os cientistas e se atenha aos valores de sua crença a fim de formar seus seguidores, ensinando-lhes o amor, a igualdade, o significado da paz, a boa educação e o auxílio ao próximo, que em tese deveria ser sua função, ao invés de se preocupar se Darwin estava certo ou errado.



(O Estado de S. Paulo)

Nota: É o velho preconceito e a mesma blindagem de Darwin. Nada de criticar e discutir. Só engolir o modelo vigente.[MB]

Não se trata de preconceitos ou blindagens, mas de saber distinguir uma coisa da outra. A natureza do pensamento científico difere em muito daquela do pensamento religioso.

A nota apresenta um grande equívoco, pois constantemente a teoria da evolução é analisada e criticada, com pontos ora desconfirmados e rechaçados e ora confirmados.

Seria interessante que a nota se aplicasse não ao proposto pela Teoria da Evolução, a qual apresenta evidências a seu favor, mas ao modelo criacionista, que é o único que não aceita críticas em sua base (Deus) .



Este e não aquela representam o mundo do "OBEDECER SEMPRE, CONTESTAR JAMAIS", que pode ser traduzido em "ENGULA O CRISTIANISMO E CALE A BOCA".



CONCLUSÃO:

A fim de que o cristianismo faça sentido, no que se refere ao plano da salvação e ao retorno do messias, é necessário que toda a história descrita em Gênesis seja real, uma vez que o pecado da humanidade cometido por Adão e Eva é a causa da redenção pelo messias.

Caso Gênesis seja uma farsa (que o é) o plano da salvação, bem como toda a promessa do cristianismo vão por água abaixo, uma vez que não haveria criação do mundo por Deus e tão pouco haveria o pecado.

Analisando-se o fundamento do DI e do criacionismo, naquele um ser superior e neste o Deus bíblico foram os responsáveis por criarem o mundo e as espécies aqui existentes.

É sabido que no universo lá fora reina o caos e que, dentre os membros de uma espécie há aqueles que são mais fracos ou que nascem defeituosos e morrem ou há animais que são a base e outros estão no topo da cadeia alimentar.

Por que o desenhista inteligente ou o tal criador teria sido tão cruel ao definir a natureza e o universo como eles são? A resposta se encerra no pecado humano e, por trás diso surge toda a questão bíblica voltada à redenção por meio do cristianismo.


Sendo a TE, o Big Bang e a Teoria da Origem da Vida formas naturais de se explicar o universo e o nosso mundo excluíndo a presença de deuses, mais especificamente do deus bíblico, atentam diretamente contra o fundamento das três religiões monoteístas, uma vez que a questão do pecado deixa de existir.

Assim o fundamento da redenção por um messias perde o sentido e, portanto, perdem o sentido as três religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islã).

Isso não é conveniente, uma vez que por trás dessas crenças, há muito dinheiro envolvido. Logo, tudo que atente contra as "verdades" dessas crenças deve ser banido do mundo a qualquer preço.

Daí a razão de, principlmente cristãos, ramo onde é patente o surgimento de seitas que literalmente assaltam seus fiéis em nome de Deus, se empenharem tanto em fazer com que o criacionismo e conseqüentemente o cristianismo sejam empurrado goela abaixo dos estudantes.

É de se espantar que a tática se direciona principalmente a jovens, pois são presas fáceis de má retórica e raciocínios falhos apresentados por religiosos e, assim, são mais fáceis de serem convertidos.

Dessa forma, não há que se permitir que a religião seja travestida como ciência e invada as escolas de forma a ampliar a rede proselitista cristã.

É engraçado como cristãos falam em liberdade de expressão ao se manifestarem contra as três teorias acima apresentadas, mas se esquecem de olhar para o que tem feito ao tentarem impor os mitos de sua crença acima da ciência e das demais crenças religiosas.

Ciências não se tratam de uma marcha de protestos a favor da liberdade de pensamento, uma vez que não são ideologias sustentadas por valores.

Ciências se baseiam em evidências que são fatos observados na natureza e não em valores incontestáveis forjados ao longo de gerações.


O mundo da ciência é diferente daquele da crença. A escola é onde se aprende o conhecimento científico e onde se prepara o indivíduo para a vida em sociedade, por meio de respeito às normas.

A igreja é onde se aprende a religião e os valores respectivos a cada povo.

Desse modo, caberia aos adeptos do criacionismo entenderem a diferença entre o mundo da crença ideológico-religiosa e o mundo da ciência onde as crenças se pautam pelas evidências colhidas na natureza.











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